sexta-feira, 24 de agosto de 2012

BNDES vai lançar fundo de R$ 170 milhões


Um novo fundo de investimento de capital-semente, voltado para empresas emergentes inovadoras, está sendo lançado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Na próxima semana, o banco publica o edital do Criatec II, fundo que nasce com patrimônio de R$ 170 milhões. O novo fundo fará aportes de capital em 36 empresas inovadoras que serão selecionadas por um gestor nacional escolhido pelo banco.

Márcio Spata, gerente do departamento de fundos de investimento da BNDESPar, braço de participações do BNDES, disse que o edital do Criatec II será lançado até quarta-feira e permitirá receber propostas de gestores de fundos de investimento. Caberá ao gestor montar equipes regionais em diferentes Estados para selecionar as empresas nas quais o fundo vai investir. Spata disse que o BNDES poderá participar com até 80% do patrimônio do fundo. O percentual restante caberá a outros investidores.

O Banco do Nordeste (BNB) e o Badesul, banco de desenvolvimento do Rio Grande do Sul, serão cotistas do fundo e terão acima de 20% de participação, segundo Spata. "Estamos conversando com outros quatro investidores", disse o executivo. Ele reconheceu que há dificuldade de fazer investidores institucionais participarem de um fundo de investimento de capital-semente e, portanto, os cotistas terminam sendo instituições de Estado.

Com a iniciativa, o BNDES tenta repetir o bom desempenho obtido com a primeira versão do Criatec, lançada em 2007. Na ocasião, o fundo podia investir em empresas com faturamento anual de até R$ 6 milhões. No Criatec II, esse teto será ampliado. Spata disse que o Criatec I foi criado com patrimônio de R$ 100 milhões, dos quais o BNDES se comprometeu com 80% e o BNB com 20%. As integralizações de capital são feitas à medida que o fundo investe nas empresas. BNDES e BNB já aportaram R$ 70 milhões no fundo que criou uma rede de atuação regional em sete Estados. Em 2013, o BNDES planeja lançar o Criatec III.

O Criatec I montou um portfólio com 36 empresas que receberam aportes de até R$ 1,5 milhão cada uma, em uma primeira rodada. Houve aportes adicionais entre R$ 500 mil e R$ 2 milhões em dez empresas e uma terceira rodada de investimentos ainda poderá ser feita. A participação do Criatec nas empresas será vendida quando o fundo for encerrado em prazo de dez anos, a contar de sua constituição. A carteira inclui empresas de agronegócio, saúde humana, biotecnologia, robótica e equipamentos médicos, entre outros setores.

Spata disse que a ideia é criar condições para lançar as empresas no mercado de capitais. "É uma carteira bastante inovadora." Segundo ele, as empresas da carteira depositaram, até 2010, 19 patentes. Uma delas foi concedida. No período, foram lançados 250 produtos no mercado. Das 36 empresas do Criatec I, seis contam com investidores-anjo, pessoas físicas dispostas a correr mais risco nos projetos. Uma das empresas apoiadas foi a catarinense Cianet, que faz produtos para banda larga. Em 2008, a empresa faturava R$ 3,5 milhões, número que deve chegar a R$ 20 milhões este ano, disse Spata.

Fonte: Valor Econômico / Abimaq

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